O programa de Residência Artística EXL surgiu com o intuito de criar um espaço para apoiar mulheres artistas iniciantes a executarem seus projetos. Os trabalhos têm como linhas diretivas principais discussões acerca do erotismo, sexualidade e gênero. Durante o programa, as artistas recebem uma bolsa-auxílio para realizarem seus trabalhos. O EXL abre as portas para receber o público e divulgar o trabalho da residente Mariana Perissinotto e da convidada Tainá Maneschy. O valor dos ingressos serão revertidos na íntegra para a manutenção do programa.

Mariana Perissinotto é uma artista nascida em Campinas (São Paulo, Brasil). Em 2019 tornou-se estudante de Artes Visuais na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e desde então tem se concentrado em produções artísticas na linguagem da pintura a óleo, tendo como tema central de seu trabalho a representação de figuras humanas. Em 2021 foi premiada em primeiro lugar no 17º Salão de Artes Visuais de Ubatuba e participou do 17º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Guarulhos. Em 2022 tornou-se aprendiz do pintor Bruno Passos e no mesmo ano tornou- se uma das artistas residentes da EXL. A maioria de seus trabalhos explora o auto-retrato e o retrato de figuras femininas, buscando expressar através delas os sentimentos e a subjetividade humana.

Os trabalhos que estarão presentes na exposição final da artista se baseiam em pinturas a óleo e esculturas em cerâmica que foram realizadas ao longo do período de residência. Tendo como ponto de partida a figuração, ou seja, a representação de figuras humanas e elementos que existem no mundo real, a artista utilizou-se de modelos vivos e registros fotográficos na produção da obra, estabelecendo uma conexão inicial entre o imaginário e o real. Suas obras mesclam técnicas e métodos mais tradicionais, recorrentemente ligados à pintura a óleo, com visualidades e materialidades que se aproximam de uma abordagem mais contemporânea. Suas obras são resultados de um processo introspectivo e interpretativo em que a experiência é transportada para a materialidade da obra, não de forma literal, mas sendo quase um universo utópico, onde a memória e a experiência se mesclam com os sentimentos.

Tainá Maneschy, artista visual paraense, brasileira, atualmente baseada em Lisboa, Portugal, formada em cinema, trabalhou na área de produção audiovisual e cinematográfica. Em 2016, começou a aprender a pintar e desenhar sem conhecimento ou experiência prévia. Juntou-se aos artistas Arthur Porto, Moara Tupinambá e Ty Silva e fundou o Coletivo Poraquê, que participou de exposições coletivas como a I e II Bienal Ouvidor 63 e levou a São Paulo e Belém a exposição “Belém Fantasma”, sobre lendas tradicionais amazônicas.

Hoje seu trabalho explora as faces dos desejos sexuais e frustrações. Entre muitos auto-retratos, a artista retrata a sexualidade de forma sensível e íntima. Uma jornada em busca do próprio prazer, muito além do papel de “musa”. Tecnicamente, a artista trabalha com pinturas em aquarela, acrílica, digitais e animações frame a frame.

Ao chegar em Portugal, juntou-se com mais 6 artistas, entre brasileiros e portugueses, para formar o coletivo de arte VZNS, ou Vizinhos. Estúdio, galeria e curadoria de eventos, o VZNS produziu diversos eventos de arte no seu então espaço no complexo LXFactory, como exposições, pocket shows e exibições de curta metragens.

Já realizou duas exposições solo, “A Falta” e “Dezessete/Dezoito” que passaram por São Paulo, Belém (PA), Niterói (RJ) e Recife (PE) e em Lisboa (PT). Recentemente atuou como co-realizadora e animadora no curta-metragem de animação “Histórias das Mulheres do Meu País”. Filme feito com co-realização com Raquel Freire, foi exibido na RTP1 em Março de 2021 junto com “Histórias das Mulheres do Meu País – uma trilogia de Raquel Freire”, 2021.